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Old December 11th, 2011 #41
RickHolland
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Kukri(Pra mim, é a perfeição!)

O kukri (às vezes também soletrado khukri ou Khukuri) é uma faca Gurkha curva que pode ser usado como ferramenta, bem como uma arma branca para combate corpo a corpo. Em muitos casos ainda é a faca de serviço básico e tradicional do povo nepalês.

Muito eficiente quando usado como arma, é considerada uma arma simbólica para todos os regimentos Gurkhas espalhados pelo mundo e também do Exército Nepalês, simboliza a coragem e valentia do guerreiro no campo de batalha. É parte de rituais tradicionais entre os diferentes grupos étnicos do Nepal. É também uma parte do armamento regimentais e heráldica do The Royal Gurkha Rifles. Também é amplamente utilizado na região Kumaon de Uttarakhand, estado da Índia, onde é chamado Kaanta ou Dafya (em Kumaoni). O kukri é projetado principalmente para cortar, mas também pode ser usada para apunhalar. A forma varia muito desde altamente curvado com espinhos angulares ou liso. Existem também grandes variações em termos de dimensões e espessura da lâmina, dependendo de tarefas a que se destinam e Kami / variações regionais. Em geral as espinhas podem variar de 5-10mm pela alça, e pode diminuir para 2 milímetros na ponta, o comprimento de lâmina pode variar de 26-38 cm, para uso geral.
Um dos fatores que afeta o peso de uma kukri e o equilíbrio é a construção da lâmina, geralmente feita de de aço forjado

Lâminas kukris geralmente têm um entalhe ( "Kauda", "Kaudi", "Kaura" ou "cho") na base da lâmina. Várias razões são dadas para isso, prático e cerimonial: que faz o sangue ou a seiva deixar a lâmina em vez de correr para o punho e penetrar na empunhadura, comprometendo a ação. Os cabos são na maioria das vezes feito de madeira ou chifres de búfalo, mas o marfim, osso e metal também são utilizados. A maioria dos cabos de metal e cantoneiras são feitos geralmente de bronze ou aço.

A bainha de uma faca "kukri", habitualmente de madeira revestida em couro, comporta – na parte traseira – duas (ou eventualmente mais) outras pequeninas facas, normalmente usadas para tarefas diárias, onde lâminas de maior tamanho não seriam adequadas. Eventualmente, em exemplares mais antigos, no mesmo compartimento encontra-se também uma pequenina barra de aço, temperado e com empunhadura, que é usada para, no atrito com pedras, produzir fagulhas e assim gerar fogo.

A faca "kukri" foi no passado o principal instrumento pelo qual essas tropas adquiriram uma aura de terror: esses soldados as utilizavam para, aproximando-se silenciosamente de seus inimigos, deceparem-lhes a veia jugular, causando morte quase imediata; em combate aproximado, a "kukri" normalmente era empunhada com a ponta para cima, possibilitando, assim, aplicar terríveis (e, na maioria das vezes, mortais) golpes nos inimigos.

A kukri não se trata, de modo algum, de uma faca para ser lançada; ela é reservada para combate corpo a corpo. A curta distância, o kukri pode ser manejado com mais facilidade que a baioneta das metralhadoras, além de provocar ferimentos mais graves. Desde que foram incorporados ao Exército britânico, os Gurkhas levam o kukri numa bainha presa ao cinto,junto aos outros itens do equipamento comum. Nessa posição, a faca pode ser puxada com rapidez.

Lendas se formaram em torno das campanhas Gurkas, uma delas é seu grito de guerra, que segundo a lenda causa causa pavor nos iminigos : "Jai Mahakali, Ayo Gorkhali" – em tradução literal, “Glória à deusa da guerra, aqui vão os gurkas”!

Para quem não sabe, foram os Gurkas que fizeram a "limpa" nos Argentinos na Guerra das Malvinas!



Um modelo da S&W:

O formato da lâmina faz lembrar a Falcata, antiga espada grega e ibérica.



http://www.hellenic-art.com/armour/sword.htm





Falcata Falcata




Greek Swords

The Celt-Iberians of Roman times were justly famed for their weapons, such as the Falcata. The Greek Falcata was one of the most devastating swords ever made in Greek history. The inward curving blade delivers a tremendous blow and could split both shield and helmet. Considered to be of Greek, or possibly Etruscan origin, this sword spread into Southern Russia and also Spain. It was in Spanish hands that it was most feared by the Romans. Medieval Collectibles has a variety of Greek swords that include Hoplite swords, Falcata swords and Spartan swords that are all functional. We even carry the sword of Troy from the Homer’s fable city.

http://www.medievalcollectibles.com/...ek-swords.aspx
__________________
Only force rules. Force is the first law - Adolf H. http://erectuswalksamongst.us/ http://tinyurl.com/cglnpdj Man has become great through struggle - Adolf H. http://tinyurl.com/mo92r4z Strength lies not in defense but in attack - Adolf H.
 
Old December 12th, 2011 #42
Nikolas Försberg
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A famosa "calibre .12"



As armas que utilizam munição do calibre .12 são armas perfeitas para o uso policial, militar, empresas de segurança e para a defesa do lar seja na cidade grande ou no campo, para quem deseja proteger o patrimônio e para outros fins como esporte.

O calibre .12 é um calibre de uso permitido no Brasil.



As vezes o simples impacto psicológico que uma arma dessa proporção causa já tira o agressor/marginal de combate por mêdo de receber uma chuva de chumbo na cara ou no lombo.













Extraído da apostila da CBC, Manual de aperfeiçoamento profissional.


Cartuchos de Caça

O cartucho de caça é um tipo de munição de fogo central destinado ao uso em espingardas, ou
armas de alma lisa. Embora possam ser carregados com projéteis singulares (balotes), são mais
frequentemente carregados com projéteis múltiplos - constituídos de esferas de chumbo que são
disponíveis em diversos diâmetros.

Os componentes de um cartucho de caça são:

Estojo - Composto de uma base metálica (1) com acabamento latonado e de um tubo de plásticos
(2).

Espoletas - As espoletas (7) utilizadas no carregamento dos cartuchos de caça são do tipo Bateria nº 209 para os calibres 12 a 28 e nº 50 para os 32 e 36. Estas espoletas também são Antioxid, não mercúricas e não corrosivas.

Buchas - As esferas (bagos)(5) de chumbo são impelidas pela carga de pólvora (3) com o auxílio de uma bucha(4).

Chumbo (5) - Os dados relativos ao número , diâmetro e quantidade de bagos por 10 gramas são apresentados na
tabela abaixo.

Pólvora G) - Nitrocelulósica de base simples, em formato de disco, produzidas pela própria empresa.


Extraído do livro Tiro de Combate Policial: Uma abordagem técnica (edição esgotada):

A munição CBC para espingarda calibre 12 utiliza um balote de chumbo do tipo Foster, pesando 24,8 gramas (382 grains) com bucha plástica, possuindo velocidade do projétil de 420 metros por segundo, o que garante uma energia na boca do cano de 1613 libras-pé.
[...]Em casos especiais, como em situações onde é imperativo o controle de tumulto e se faz necessária a utilização de munição não letal, é empregado o cartucho calibre 12 anti-motim, ou o cartucho calibre 12 com balotes de borracha.
O cartucho calibre 12 anti-motim possui uma carga de projeção mais leve, e os balins são de borracha, de formato esférico. Tal munição tem a característica de ser letal se for utilizada a uma distância de 1 a 2 metros, contendo energia suficiente para perfurar alvos de papel a 25 metros de distância, mas já apresentando grande perda de energia do projétil nos primeiros metros após deixar o cano.
Acho que ainda se encontra o livro mais novo dos mesmos autores, Tiro policial: técnicas sem fronteira. Trechinho sobre o uso de munições calibre 12 anti-motim:

IMPORTANTE: O emprego do cartucho anti motim em distâncias inferiores às estipuladas pelo fabricante causará grave lesão ou a morte da pessoa atingida.

Abaixo, montei tabela com os dados para as variadas munições no calibre 12. Quem tiver maior curiosidade pode procurar no material da CBC e da Condor pra conferir a precisão das informações e corrigir se for o caso. Os dados de velocidade e energia são medidos na boca do cano.

Calibre Projétil Peso(g) Velocidade (m/s) Energia (Joules)
12 3T, SG 32,0 400 2560
12 Balote 24,8 420 2187
12 Borracha
“três esferas”
AM-403 A 4,5 (cada) 247 131
12 Borracha
“tarugo único”
AM-403 12,0 110 72

http://www.cbc.com.br/municoes/muni_policial/index.php?
http://www.cbc.com.br/userfiles/manual_de_aperfeicoamento_profissional.pdf
http://www.condornaoletal.com.br/
http://pt.scribd.com/doc/34465850/Estudo-Das-Granadas-Pel-Bravo
http://www.operacoesespeciais.com.br/alternativatatica.php?item=3#2
 
Old December 21st, 2011 #43
Nikolas Försberg
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.40 ou .380 ???

Veremos a seguir, que isso não se trata de uma simples escolha – uma vez que a necessidade de uso e as aplicações técnicas de ambos os calibres sobressaem o gosto pessoal do usuário. Tire sua conclusões.



CALIBRE.380

Performance

O .380 ACP é compacto e leve, mas de curto alcance e de poder de parada baixo. Ainda assim, continua sendo um calibre popular de defesa pessoal para atiradores que querem uma pistola leve com recuo controlável. É um pouco menos poderoso do que um .38 Special com carga padrão.

O .380 tem tido um recente ganho em popularidade devido ao surgimento de pistolas extremamente compactas e leves no calibre.


ATINGIDO POR UM TIRO DE .380 AINDA PODE RESISTIR.

CALIBRE. 40



Trata-se de armamento leve, de fácil transporte, porém seu manuseio requer alguns cuidados por parte de seu portador, pois a má utilização pode gerar conseqüências danosas.

Uma das vantagens reconhecidas nesse poderoso calibre é o “Stopping Power” – termo que teve origem no final do século XIX, para expressar a capacidade de um determinado projétil em neutralizar um agressor, pondo-o fora de combate, sem necessariamente matá-lo. Ao contrário do calibre .380 ACP, a .40 amplia o poder destrutivo em tecido humano, causando hemorragias e um efeito psicológico tremendo no alvo.


Essa munição foi testada em bovinos vivos e em cadáveres humanos, registrando-se os efeitos observados. Nos cadáveres, suspensos no ar, era observada a capacidade de um projétil de fraturar ossos e de transferir energia, mostrada pela oscilação dos corpos pendentes. Nos animais, pretendiam ver o poder de incapacitação proporcionado pelos diferentes calibres. Pelos resultados desse teste, verificou-se que o calibre .40 S&W apresenta um desempenho excelente, superior a qualquer coisa alcançada pelos antigos calibres permitidos no Brasil (.38 SPL e .380 ACP) e até por algumas munições 9 mm e .45 ACP.

VANTAGEM DA .380

Essa munição foi testada em bovinos vivos e em cadáveres humanos, registrando-se os efeitos observados. Nos cadáveres, suspensos no ar, era observada a capacidade de um projétil de fraturar ossos e de transferir energia, mostrada pela oscilação dos corpos pendentes. Nos animais, pretendiam ver o poder de incapacitação proporcionado pelos diferentes calibres. Pelos resultados desse teste, verificou-se que o calibre .40 S&W apresenta um desempenho excelente, superior a qualquer coisa alcançada pelos antigos calibres permitidos no Brasil (.38 SPL e .380 ACP) e até por algumas munições 9 mm e .45 ACP.

Muitos defendem o uso do 380, principalmente, ao se confrontar com elementos perigosos, no interior de veículos, por exemplo. O calibre perfurante atravessa a chapa e vai buscar o oponente, até mesmo se tiver escondido debaixo do banco.

AFINAL QUAL É A MELHOR?

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Nota: Lembrem-se que na cabeça, até um .22 é satisfatório.

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Stopping_power Stopping_power
 
Old December 21st, 2011 #44
Nikolas Försberg
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"Armas de fogo e legítima defesa"

Autor: Luiz Guilherme Prado Souza Leal
Bacharel em Direito
Analista de Inteligência Empresarial
Instrutor de Direito Penal e de Armamento e Tiro para cursos de formação de vigilantes



Imaginemos a seguinte situação:

Você está dirigindo seu carro, tranquilamente, da mesma maneira que faz há anos, por uma estrada boa, respeitando o limite de velocidade, tempo bom, pista dupla. Eis que de repente, ao entrar em uma curva para direita, o seu carro "saí de traseira" repentinamente, você, num ato reflexo, "dá o contra" com o volante, para a esquerda, recupera o controle do veículo, e só depois de um tempo consegue assimilar o que ocorreu, e fica se perguntando como conseguiu fazer aquilo, sem ao menos pensar.

Isto se deve ao fato de que seu cérebro respondeu a ameaça de maneira automática, inconsciente, da forma que foi armazenada durante anos e anos de aprendizado enquanto você dirigia, passava por situações difíceis, se safando, ou às vezes até mesmo se envolvendo em acidentes, quando ainda não tinha tanto tempo de habilitação, sem ter podido acumular experiência suficiente, mas tudo isso serviu de aprendizado.

Por que estou tocando neste assunto?

Por que vejo várias pessoas comentando sobre o uso ou não de armas de fogo na defesa da própria vida, ou de entes queridos, sem, no entanto se darem conta que para isto, assim como sair de uma situação de risco com um veículo, exige não só aprendizado, mas uma enorme preparação mental, para que a resposta entre no subconsciente,e ao sinal de ameaça, você possa agira de forma autômata, sem precisar pensar, o que poderia lhe roubar precioso segundos, e até mesmo ser fatal.

Muitos dirão que isto é simples, é só treinar e pronto. Não é?

Para estes eu digo que é e não é, ao mesmo tempo! Os americanos, fanáticos por números, indicadores, estatísticas e por darem nome para quase tudo, criaram um termo para este tipo de preparação, que ficou designada como "Mental Preparedness".

Traduzindo em miúdos, não adianta o corpo estar treinado se o cérebro não estiver programado para acompanhar o físico, se você não tiver uma atitude firme e decidida, atitude esta que deve ser inicializada muito antes de qualquer combate, quando as dúvidas que porventura possam surgir na hora decisiva já estejam dirimidas e o seu modo de agir já definido.

O Ten.Cel. do exército americano Dave Grossman trás em seu livro "Matar – Um estudo sobre o ato de matar" intrigantes dados correlacionados entre o tipo de treinamento ao qual o instruendo é submetido com o desempenho em combate. Não são apenas dados do tipo pouco treinamento de tiro, baixo índice de acerto, mas algo que vai além, como um treinamento de tiro que seja feito somente com silhuetas de papel, o instruendo terá enorme dificuldade em efetuar disparos contra seres humanos em situação de combate, fato este sobejamente demonstrado nas estatísticas de soldados que declararam terem disparados suas armas a esmo na 2ª. Guerra na ordem de quase 80%, e no Vietnam este número ter caído drasticamente para menos de 8%, fruto do desenvolvimento de novas técnicas de adestramento, voltadas para a desumanização dos inimigos.

O que isto tem a ver com o dia-a-dia de uma pessoa que resolva portar uma arma de fogo, seja pelo trabalho por ela desempenhado ou simplesmente por uma decisão de poder exercer a legítima defesa quando ameaçada for?

Desde que nascemos somos ensinados que devemos amar o próximo, não fazer com outro o que não queremos que não façam conosco, além de medidas coercitivas de cunho social, como a reprovação dos integrantes do meio em que vivemos contra indivíduos que exerçam a violência, bem como as medidas coercitivas de cunho legal, pois o cidadão de bem não quer ir para a prisão e deixar a família desamparada durante a sua privação de liberdade.

O uso de uma arma de fogo, ainda que em uma situação de estrito cumprimento do dever legal, ou exercício de legítima defesa incorre em vários destes questionamentos, bem como o efeito do transtorno de stress pós-traumático, ou PTSD, sigla em inglês para Pos-Traumatic Stress Disorder, onde o autor pode desenvolver uma série de patologias ligadas a situação de enorme stress que é uma situação de combate, bem como a reprovação no meio social de sua atitude, ou questionamentos internos, por ter atirado em alguém, ou mesmo matado uma pessoa, ainda que esta pessoa o estivesse atacando.

Ou seja, antes mesmo de disparar a arma, o cérebro já tem de começara ser preparado para tal atitude, pois é uma decisão que implicará em uma série de fatores caso um dia chegue à hora de usá-la. Ouso dizer que é melhor ter em mente as respostas de tais questionamentos antes mesmo de decidir comprar a arma.

A desumanização do oponente, vistas muitas vezes no meio policial, como por exemplo o comentário de que "Bandido bom é bandido morto" nada mais é do que a tentativa de driblar as convenções do cérebro, de que aquele indivíduo não é humano, assim como o bandido vê a vitima como uma fonte de renda fácil, ou mesmo como responsável por ele não ter tido melhores oportunidades na vida.

Esta atitude de desumanizar o lado oposto é que vai permitir que aquele que deixar de lado todas as medidas coercitivas e só tiver em mente a sobrevivência sua e de sua prole, desenvolverá o mais alto grau de violência para sair vitorioso no combate. Na hora em que sua vida está em risco, o bandido não pensa em quantos anos ele vai ficar preso, ou irá deixar uma família sem esteio, assim como um cidadão ou policial reagindo a uma ameaça não deve e não pode pensar que só deve executar um número X de disparos sob pena de ser condenado por uso excessivo da força ou excesso de legítima defesa. Naquele momento, a única coisa importante é sair vivo.

O Sargento do Exército Americano David Bellavia, autor do livro "De casa em casa em Fallujah", relata um combate que teve com um insurgente, dentro de uma casa, onde já sem munição, travou um combate de mãos-limpas, e que em determinado momento teve que apertar o globo ocular do oponente para dentro, com o polegar e em seguida tentou esmagar sua glote com as mãos, e que neste momento sentiu que toda a humanidade havia esvaído do seu corpo, restando apenas um animal lutando, como se fosse para definir quem era o macho Alfa.

Se por algum momento, ao ler estas palavras, surgiram dúvidas ou repulsa em sua cabeça, eu sugiro fortemente que reveja seus posicionamentos, antes de continuar a portar uma arma ou mesmo a decisão de comprar uma.

O remorso, mesmo de uma ação de legítima defesa bem sucedida, pode ter conseqüências devastadoras na vida de um ser humano, pois aquele que sobreviveu terá até o fim de seus dias para se questionar, e é uma patologia que pode vir a se manifestar muito tempo depois do fato, ou exposição. Imagine um cidadão, que ao reagir a um ataque, feriu e matou um transeunte inocente?

Lembro-me de um caso, envolvendo um vigilante ferroviário, que fora rendido por três bandidos, e após ser rendido, teve o radiocomunicador furtado e foi algemado embaixo de uma composição férrea que estava para sair, e que iria esmagá-lo, e que por sorte, moradores da beira-linha o viram e avisaram o maquinista, que não partiu com o trem.

O vigilante, após ser solto e passado por consulta médica, voltou ao trabalho três dias depois, porém cerca de quinze dias seguintes ao evento, passou a apresentar síndrome do pânico, em um caso claro de PTSD, não conseguindo mais trabalhar e por fim, sendo aposentado por invalidez, após perícia médica, em face de graves problemas psiquiátricos que afloraram, sendo confirmado a PTSD.

Aí vem o paradoxo, como fazer um exame psicotécnico que possa determinar se o paciente é portador de uma violência "boa" por assim dizer, utilizável somente quando ameaçado, ou se é um sociopata, que sempre vai usar uma violência desmedida? Caso alguém saiba a resposta, ficaria feliz que a compartilhasse comigo.

A escritora Amanda Ripley, no livro "Impensável", relata vários casos de pessoas treinadas que sucumbiram em acidentes considerados simples, por inércia ou falta de vontade de agir, bem como diversas pessoas sem o devido treinamento, que se salvaram ou lograra êxito em salvar outras, mas tiveram atitude, mesmo estando em catástrofes como, por exemplo, o ataque ao World Trade Center ou à escola Virginia Tech.

Neste mesmo livro tem um depoimento do famoso oficial de polícia de Nova York e instrutor de tiro, Jim Cirillo, que conta como foi a sua primeira troca de tiro, em uma loja de bebidas, e que quando viu que a situação iria ter como desfecho um tiroteio, relata a lembrança que um dos bandidos estava com uma coisa branca na mão, que ele ingenuamente achou ser um lenço, que estava se rendendo, mas que ainda assim, inconscientemente, efetuou dois disparos no mesmo, somente depois, quando findado o tiroteio, é que viu que não era um lenço, mas sim um revólver, atribuindo os disparos ao fato de que seu cérebro identificou a ameaça e fez o que tinha de ser feito, sem ele nem precisar pensar, devido ao s anos de condicionamento mental que já possuía.

Conta ainda, em detalhes, as reações do corpo ao alto nível de stress, como a visão em túnel, o tempo expandido, onde o tiroteio parece ter ocorrido em câmera lenta, como a maioria das pessoas que passaram por este tipo de experiência relatam, inclusos aí o flash-back da vida inteira, que passa na frente dos olhos em segundos, indo até a perda do controle do tônus muscular, podendo urinar ou defecar nas calças, uma vez que o cérebro, diante de uma sobrecarga de informações, "desliga" determinadas funções e direciona todas as suas forças para reagir, sair da situação e sobreviver.

Então respondendo a pergunta do início de texto, é só treinar, e pronto?

Não, não é só treinar. Treinar o corpo é relativamente fácil, mas a mente, que vai comandar, é que precisa ser treinada e preparada, não só a sua, mas também das pessoas que o cercam e possam estar com você em uma situação de risco.

Imagine você realizando um exercício relativamente simples, um "Mozambique Drill", a cerca de cinco metros de distância.

Em um primeiro momento, você está no stand, durante o dia, equipado com óculos, protetor de ouvidos, coldre e carregadores em local de fácil acesso, o RO (Range Officer, um tipo de juiz das provas de tiro) ainda lhe pergunta se você está pronto, e a sua única preocupação é a de escutar o beep do timer e resolver a pista no menor tempo possível.

Agora o cenário muda um pouco, você está no carro, cinto de segurança afivelado, esposa ao seu lado, filho no banco de trás, a arma está no coldre, por debaixo da camisa, pois o porte não pode ser ostensivo, já é noite, vocês voltando de uma consulta no hospital, face a febre do pequeno que não cede, cabeça cheia, preocupado, um sinal de trânsito mal iluminado, carros passando na pista contrária.

Sem motivo aparente ou sinal anterior, dois bandidos vêm em sua direção, um com a arma em punho, e acaba de efetuar dois disparos de intimidação, adrenalina começa a ser despejada aos cântaros na corrente sanguínea, efeito flask-back na cabeça, coração saindo pela boca em sua direção e o efeito surpresa já era, pois sua esposa grita em altos brados para você não atirar...

Se você não adotou uma conduta preventiva, para mitigar os riscos de tal situação materializar-se, não discutiu com sua esposa a decisão de andar armado e reagir, sabendo que em 99% dos casos, se você estiver armado e não reagir, os bandidos vão lhe matar, neste momento, qual deve ser a sua única preocupação?

Desculpe-me em ser arrogante em lhe dizer que se existe alguma dúvida em reagir ou não, o que a imprensa irá noticiar, ou o quanto vai ser gasto com advogados depois, se deveria ou não ter reagido, etc..., não são nestes milissegundos que tais dúvidas serão respondidas.

O seu foco e única preocupação será o de sair vivo e proteger quem está com você, não importa como nem o que deverá ser feito, é a sua sobrevivência que depende disso. Quem está vindo contra você não tem escrúpulos ou liga se você vai continuar vivo ou não, aleijado ou viúvo!

Quer ter uma idéia do teu desempenho nesta situação? Arranje um vídeo-game, destes modernos, e ligue na sala, dia de domingo, após o almoço, com bastante criança em casa, todas querendo jogar, coloque um jogo de tiro em 1ª. pessoa e veja o teu percentual de acerto com a atormentação ambiente fazendo efeito...

Uma dica, o pessoal do FBI, que tem qualificação de tiro obrigatória a cada 3 meses, dão mais de 3.500 disparos no curso de formação, tem munição a vontade para treinar, em situação de combate tem uma média de 13% de acertos!

Treino simples: alguém por acaso já efetuou disparos com as mãos previamente "untadas" com catchup para simular a empunhadura da arma com as mãos sujas de sangue? Ou o disparo em double-tap's a curta distância, não mais que 3-4 metros, após correr 15 metros, simulando um tentativa de fuga? Usou fogos de artifício para simular disparos contrários?

A situação na vida real não é uma situação onde você possa "repetir a pista" e tentar melhorar o tempo, ou a precisão.

Sua vida, ou de quem você ama já pode ter sido ceifada, lembrando que mesmo em uma reação bem sucedida tais efeitos colaterais podem ocorrer.

Não quero ser alarmista, muito menos parecer e falar como um desarmamentista, mas o amigo não é aquele que passa a mão em nossas cabeças nos momentos difíceis, mas sim aquele que abre nossos olhos, evitando que estes ocorram.

Antes de tudo, lembre-se, sua mente é a sua melhor arma!


STAY SAFE!
 
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"OVELHAS, LOBOS E CÃES PASTORES"

Autor: Dave Grossman, Ten Cel, Ranger, Ph.D., Autor de "On Killing"


Um veterano do Vietnã, um velho coronel da reserva, certa vez me disse: "A maioria das pessoas em nossa sociedade são ovelhas. Eles são criaturas produtivas, gentis, amáveis que só machucam umas às outras por acidente."

Isso é verdade. Lembre que a taxa de assassinatos é de 6 por 100.000, por ano, e taxa de agressões sérias é de 4 por 1000, por ano. O que isso significa é que a esmagadora maioria dos norte-americanos não são inclinados a machucarem uns aos outros.

Algumas estimativas dizem que dois milhões de americanos são vítimas de crimes violentos todo ano. Um número trágico, assustador, talvez um recorde em matéria de crimes violentos. Mas existem quase 300 milhões de americanos, o que significa que a chance de ser vítima de um crime violento ainda é consideravelmente menor que uma em cem, em qualquer ano. Ainda, como muitos dos crimes violentos são praticados pelas mesmas pessoas, o número real de cidadãos violentos é consideravelmente menor que dois milhões.

Há um paradoxo aí, e devemos pegar ambos os lados da situação: Nós podemos estar vivendo a época mais violenta da história, mas a violência ainda é surpreendentemente rara. Isso é porque a maioria dos cidadãos são pessoas gentis e decentes que não são capazes de machucarem umas às outras, exceto por acidente ou sob provocação extrema. Elas são ovelhas.

Eu não quero dizer nada negativo quando as chamo de ovelhas. Para mim a situação é como a de um ovo de passarinho. Na parte de dentro ele é gosmento e macio, mas algum dia ele se transformará em algo maravilhoso. Mas o ovo não pode sobreviver sem sua casca dura. Policiais, soldados e outros guerreiros, são como essa casca e, algum dia a civilização que eles protegem tornar-se-á algo maravilhoso. Por enquanto, eles precisam de guerreiros para protegê-los dos predadores.

"E então há os lobos", disse o velho veterano de guerra, "e os lobos alimentam-se das ovelhas sem perdão." Você acredita que há lobos lá fora que irão se alimentar do rebanho sem perdão? É bom que você acredite. Há homens perversos nesse mundo que são capazes de coisas perversas. NO INSTANTE EM QUE VOCÊ ESQUECE DISSO, OU FINGE QUE ISSO NÃO É VERDADE, VOCÊ SE TORNA UMA OVELHA. Não há segurança na negação.

"E então há os cães pastores", ele continuou, "e eu sou um cão pastor. Eu vivo para proteger o rebanho e confrontar o lobo."

Se você não tem capacidade para a violência, então você é um saudável e produtivo cidadão, uma ovelha. Se você tem capacidade para a violência e não tem empatia por seus concidadãos, então você é um sociopata agressivo, um lobo. Mas e se você tem capacidade para a violência e um amor profundo por seus semelhantes? O que você tem então? Um cão pastor, um guerreiro, alguém que anda no caminho do herói. Alguém que pode entrar no coração da escuridão, dentro da fobia humana universal e sair de novo.

Deixe-me desenvolver o excelente modelo de ovelhas, lobos e cães daquele velho soldado. Nós sabemos que as ovelhas vivem em negação da realidade, e isso é o que as faz ovelhas. Elas não querem aceitar o fato de que há mal neste mundo. Elas podem aceitar o fato de que incêndios podem acontecer, e é por isso que elas querem extintores, sprinklers, alarmes e saídas de incêndio em tudo quanto é canto das escolas de seus filhos.

Mas muitas delas ficam ultrajadas diante da idéia de colocar um policial armado na escola de seus filhos. Nossos filhos são milhares de vezes mais suscetíveis a serem mortos ou seriamente feridos por violência escolar do que por fogo, mas a única resposta da ovelha para a possibilidade de violência é a negação. A idéia de que alguém venha matar ou ferir seus filhos é muito dura, então elas escolhem o caminho da negação.

As ovelhas geralmente não gostam dos cães pastores. Ele parece muito com o lobo. Ele tem dentes afiados e a capacidade para a violência. A diferença, no entanto, é que o cão pastor não deve, não pode e não irá nunca machucar as ovelhas. Qualquer cão pastor que intencionalmente machuque a ovelhinha será punido e removido. O mundo não pode funcionar de outra maneira, pelo menos não em uma democracia representativa ou uma república como a nossa.

Ainda assim, o cão pastor incomoda a ovelha. Ele é uma lembrança constante que há lobos lá fora. As ovelhas prefeririam que ele não lhe dissesse para onde ir, não lhe aplicasse multas e nem ficasse nos aeroportos, com roupas camufladas e segurando um M-16. As ovelhas prefeririam que o cão guardasse suas garras e dentes, se pintasse de branco e dissesse: "Béé"

Até que o lobo aparece. Aí o rebanho inteiro tenta desesperadamente esconder-se atrás de um único cão.

Os estudantes, as vítimas, na escola de Columbine eram adolescentes, grandes e durões. Sob circunstâncias ordinárias, elas nunca gastariam algum tempo de seu dia para dizer algo a um policial. Elas não eram crianças ruins, elas simplesmente não teriam nada a dizer a um policial. Quando a escola estava sob ataque, no entanto, e os times da SWAT estavam entrando nas salas e corredores, os policiais tinham praticamente que arrancar os adolescentes que se agarravam às suas pernas, chorando. É assim que as ovelhinhas se sentem quando a respeito de seus cães pastores quando o lobo está na porta.

Olhe o que aconteceu depois do 11 de setembro, quando o lobo bateu forte na porta. Lembram-se de como os Estados Unidos, mais do que nunca, sentiu-se diferente a respeito de seus policiais e militares? Lembram-se de quantas vezes ouviu-se a palavra "herói"?

Entendam que não há nada moralmente superior em ser um cão pastor; é apenas aquilo que você escolhe ser. Entendam ainda que um cão pastor é uma criatura esquisita. Ele está sempre farejando o perímetro, latindo para coisas que fazem barulho durante a noite, e esperando ansiosamente por uma batalha. Os cães jovens anseiam por uma batalha, é melhor dizer. Os cães velhos são mais espertos, mas ao ouvir o som das armas e perceberem que são necessários eles se movem imediatamente, junto com os jovens.

É aqui que as ovelhas e cães pensam diferente. A ovelha faz de conta que o lobo nunca virá, mas o cão vive por aquele dia. Depois dos ataques de 11 de setembro, a maior parte das ovelhas, isto é, a maioria dos cidadãos nos Estados Unidos disse "Graças a Deus que eu não estava em um daqueles aviões". Os cães pastores, os guerreiros, disseram, "Meu Deus, eu gostaria de ter estado em um daqueles aviões. Talvez eu pudesse ter feito a diferença." Quando você está verdadeiramente transformado em um guerreiro, você quer estar lá. Você quer tentar fazer a diferença.

Não há nada de moralmente superior sobre o cão, o guerreiro, mas ele leva vantagem em uma coisa. Apenas uma. E essa vantagem é a de que ele é capaz de sobreviver em um ambiente ou situação que destrói 98% da população.

Houve uma pesquisa alguns anos atrás com indivíduos condenados por crimes violentos. Esses presos estavam encarcerados por sérios e predatórios atos de violência: Assaltos, assassinatos e assassinatos de policiais. A GRANDE MAIORIA DISSE QUE ESCOLHIA SUAS VÍTIMAS PELA LINGUAGEM CORPORAL: ANDAR DESLEIXADO, COMPORTAMENTO PASSIVO E FALTA DE ATENÇÃO AO AMBIENTE. Eles escolhiam suas vítimas como os grandes felinos fazem na áfrica, quando eles selecionam aquele que parece menos capaz de se defender.

Algumas pessoas parecem destinadas a serem ovelhas e outras parecem ser geneticamente escolhidas para serem lobos ou cães. Mas eu acredito que a maior parte das pessoas pode escolher qual dos dois eles querem ser, e eu estou orgulhoso de dizer que mais e mais americanos estão escolhendo serem cães.

Sete meses depois do ataque de 11 de setembro, Todd Beamer foi homenageado em sua cidade natal, Cranbury, Nova Jersey. Todd, como vocês se lembram, era o homem no vôo 93, sobre a Pensilvânia, que ligou de seu celular para alertar um operador da United Airlines sobre o sequestro. Quando ele soube que outros três aviões haviam sido usados como armas, Todd largou o telefone e disse as palavras "Let's roll" o que as autoridades acreditam que tenha sido um sinal para os outros passageiros para confrontar os seqüestradores. Em uma hora, uma transformação ocorreu entre os passageiros - atletas, homens de negócios e pais - de ovelhas para cães pastores e juntos eles combateram os lobos, salvando um número indeterminado de vidas no chão.

"Não há salvação para o homem honesto, a não ser esperar todo o mal possível dos homens ruins." - Edmund Burke

Aqui é o ponto que eu gosto de enfatizar, especialmente para os milhares de policiais e soldados para os quais falo todo ano. Na natureza, as ovelhas, as ovelhas de verdade, nascem assim. Cães nascem assim, bem como os lobos. Eles não têm uma chance. Mas você não é uma criatura. Você é um ser humano, e como tal pode ser o que quiser. É uma decisão moral consciente.

Se você quer ser uma ovelha, então você pode ser uma ovelha e está tudo bem, mas você deve entender o preço a pagar. Quando o lobo vier, você e as pessoas que você ama morrerão se não houver um policial por perto para protegê-lo. Se você quer ser um lobo, tudo bem, mas os pastores o caçarão e você não terá nunca descanso, segurança, confiança ou amor. Mas se você quiser ser um cão pastor andar no caminho do guerreiro, então você deve tomar uma decisão consciente DIÁRIA de dedicar-se, equipar-se e preparar-se para aquele momento tóxico, corrosivo, quando o lobo vem bater em sua porta.

Quantos policiais, por exemplo, levam armas para a igreja? Elas estão bem escondidas em coldres de tornozelo, coldres de ombro, dentro dos cintos ou nas costas. A qualquer hora em que você estiver no culto ou na missa, há uma boa chance que um policial na sua congregação esteja armado. Você nunca saberia se havia ou não um indivíduo assim em seu local de adoração, até que o lobo aparece para massacrar você e as pessoas que você ama.

Eu estava treinando um grupo de policiais no Texas e, durante o intervalo, um policial perguntou a seu amigo se ele levava a arma para a igreja. O outro respondeu "Eu nunca vou desarmado à igreja" Eu perguntei porque ele tinha uma opinião tão firme a esse respeito, e ele me contou a respeito de um policial que ele conhecia que estava em um massacre em uma igreja em Fort Worth, Texas, em 1999. Nesse incidente, uma pessoa desequilibrada mentalmente entrou na igreja e abriu fogo, matando quatorze pessoas. Ele disse que o policial acreditava que ele podia ter salvo todas as vidas naquele dia se ele estivesse carregando sua arma. Seu próprio filho foi atingido, e tudo o que ele pôde fazer foi atirar-se sobre o corpo do garoto e esperar a morte. Aquele policial me olhou nos olhos e disse "Você tem idéia do quão difícil é viver consigo mesmo depois disso?

Alguns ficariam horrorizados se soubessem que esse policial estava na igreja armado. Eles o chamariam de paranóico e provavelmente o admoestariam. Ainda assim, esses mesmos indivíduos ficariam enfurecidos e pediriam que "cabeças rolassem" se descobrissem que os air-bags de seus carros estavam defeituosos, ou que os extintores de incêndio nas escolas de seus filhos não funcionavam. Eles podem aceitar o fato de que fogo e acidentes de trânsito podem acontecer e que deve haver medidas de segurança contra eles.

A única resposta deles ao lobo, no entanto, é a negação, e, frequentemente, sua única resposta ao cão pastor é a chacota e o desdém. Mas o cão pastor pergunta silenciosamente a si mesmo "Você tem idéia do quão duro seria viver consigo mesmo se seus entes queridos fossem atacados e mortos, e você ficasse ali impotente porque está despreparado para aquele dia?"

É a negação que transforma as pessoas em ovelhas. Ovelhas são psicologicamente destruídas pelo combate porque sua única defesa é a negação, que é contra produtiva e destrutiva, resultando em medo, impotência e horror, quando o lobo aparece.

A negação mata você duas vezes. Mata uma, no momento da verdade, quando você não está fisicamente preparado: você não trouxe sua arma, não treinou. Sua única defesa era o pensamento positivo. Esperança não é uma estratégia. A negação te mata uma segunda vez porque mesmo que você sobreviva fisicamente, você fica psicologicamente destroçado pelo seu medo, impotência e horror na hora da verdade.

Gavin de Becker coloca dessa maneira em "Fear Less", seu soberbo livro escrito após o 11/Set., leitura requerida para qualquer um tentando entender a atual situação global: "... a negação pode ser sedutora, mas ela tem um efeito colateral insidioso. Apesar de toda a paz de espírito que aqueles que negam a realidade supostamente alcançam por dizerem que as coisas não são tão sérias assim, a queda que eles sofrem quando ficam cara a cara com a violência é muito mais perturbadora."

A negação é uma situação de "poupe agora pague mais tarde", uma enganação, um contrato escrito só em letras miúdas. A longo prazo, a pessoa que nega acaba conhecendo a verdade em algum nível.

Assim, o guerreiro deve lutar para enfrentar a negação em todos os aspectos de sua vida, e preparar-se para o dia em que o mal chegará.

Se você é um guerreiro que é legalmente autorizado a carregar uma arma e você sai sem levar essa arma, então você se transforma em uma ovelha, fingindo que o homem mau não virá hoje. Ninguém pode estar ligado 24 horas por dia, 7 dias por semana, a vida inteira. Todos precisam de tempo de repouso. Mas se você está autorizado a portar uma arma e você sai sem ela, respire fundo e diga para si mesmo:

"BÉÉÉÉÉÉÉ..."

Essa história de ser uma ovelha ou um cão pastor não é uma questão de sim ou não. Não é um tudo ou nada. É uma questão de degraus, um continuum. De um lado está uma desprezível ovelha com a cabeça totalmente enfiada na terra, e no outro lado está o guerreiro completo. Poucas pessoas existem que estão completamente em um lado ou outro. A maioria de nós vive no meio termo. Desde 11 Set, quase todos nos Estados Unidos deram um passo acima nesse continuum, distanciando-se da negação. A ovelha deu alguns passos na direção de aceitar e apreciar seus guerreiros, e os guerreiros começaram a tratar seu trabalho com mais seriedade. O grau para o qual você se move nesse continuum, para longe da "ovelhice" e da negação, é o grau no qual você estará preparado para defender-se e a seus entes queridos, fisicamente e psicologicamente, na hora da verdade.
 
Old December 26th, 2011 #46
Nikolas Försberg
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As táticas dos snipers não nasceram prontas, mas foram criadas com o desenrolar dos conflitos, assim como suas armas e equipamentos. Os snipers recebem treinamento sobre camuflagem, ocultação, caça e observação, alem de tiro em varias condições. Disparam centenas de tiros em varias semanas enquanto aprendem outras habilidades.
A principal defesa é a camuflagem e ocultação. O sniper limita seus movimentos para evitar detecção. Toma cuidado com a luneta pois pode refletir a luz ambiente. Geralmente evita expor a luneta ou tampa a maior parte. Os snipers reais treinam muito as técnicas de camuflagem, pois deve atirar sem ser notado.
Dependem dela para sobreviver. A técnica de camuflagem principal é criar vestimentas chamadas de "Gillie Suit" que são colocadas em cima do uniforme.
O uniforme de baixo convém ser de infante normal para não ser descoberto. Os snipers são mortos na hora se capturados. Os snipers podem usar qualquer uniforme e não são obrigados a fazer tarefas diárias como outros soldados além de poderem ir onde quiserem.
O tratamento diferenciado os torna mal vistos pelas outras tropas.
Foram os "Lovat Scouts" britânicos que introduziram a roupa "Gillie Suit". Eram caçadores escoceses que formaram uma unidade em 1900 com 200 escoceses das terras altas. Eram muito bons em camuflagem, stalking e reconhecimento. Ajudaram na formação dos snipers britânicos na Primeira e Segunda Guerra Mundial. Foram a primeira contramedida britânica contra os snipers alemães na Primeira Guerra. O lema dos Lovats Scouts era "quem atira e foge, vive para atirar outro dia (He who shoots and runs away, lives to shoot another day). A roupa "ghille", vem do escocês para "garoto". Em inglês é o assistentes de caçadores ou pescadores em expedições. A roupa é feita pelo próprio sniper conforme o local que opera e não comprada pronta. É feita com rede ou roupa com tiras de roupas ou tecido enrugado, parecendo folhas e galhos, lembrando um matagal, fácil de fundir com o fundo vegetal.
Vegetação local é adicionada. É um processo demorado e demora mais ainda se for necessário uma maior qualidade. O sniper deve estar preparado para adaptar seu ghille em minutos. O problema é que esta roupa são pesadas e quentes, podendo chegar a 50 graus centígrados. São fáceis de pegar fogo e por isso são tratadas com ratardante de fogo.
A proteção térmica passou a ser importante com o emprego de sensores térmicos pelo inimigo que pode detectar facilmente um sniper. Placas de plástico e mantas térmicas podem ser usadas pelo sniper e equipamentos e devem ser camufladas.
A eficiência do sniper está mais relacionada com o atraso dos movimentos inimigos e não numero de mortes. O soldado comum sabe que pode ser atingido, mas pensa "não vai acontecer comigo". A presença do sniper muda esta concepção e piora com os amigos sendo mortos por snipers. O efeito se multiplica quando os snipers agem na retaguarda onde as tropas pensam estar seguros. Os recrutas se escondem e não obedecem ordens. Um sniper alemão na Segunda Guerra cita que disparava de longe, sem chances de acertar, mais para mostrar para os russos que não estavam seguros.
A aproximação do alvo, ou técnicas de progressão, é chamado "stalk" no USMC. Para ser bom em stalk o sniper precisa de muita paciência e coragem. Arrasta em zig-zag na grama para dificultar a visualização do próprio rastro. O nascer e por do sol faz os óticos da luneta brilhar e cada hora trás vantagem e desvantagens em um combate de snipers. A tática antibarulho é levar o mínimo de equipamento possível. Bom mesmo é só o fuzil, munição e vestimenta. Qualquer barulho pode ser mortal. Na guerra civil espanhola e colocados junto com metralhadoras para mascarar os tiros. No frio o vapor eliminado na respiração pode ser fatal.
As técnicas de progressão no terreno são importantes, pois o sniper deve chegar ao local do alvo e mudar de posição. Os afegãos cancelaram a superioridade numérica e qualitativa russa com conhecimento do terreno. Era onde caçavam e viviam. Contra os EUA não foi possível, pois estavam atuando junto com outros afegãos e a superioridade técnica era muito acima da russa.
Os sniper deve entrar em posição sem ser detectado, movendo-se com paciência, devagar e sem fazer barulho. O olho humano sempre é atraído pelo movimento. Por exemplo, em uma missão no Vietnã, na fronteira com o Laos, o sniper dos USMC Carlos Hathcock cobriu 2km de terreno com grama em quatro dias sem se alimentar e beber água direito. A área estava coberta de patrulhas e foi até pisado na perna por um vietcong. Abateu um general vietcong a 800m e teve que fugir dos vietcongs que os procuravam.
Na escolha da posição devem considerar onde alvo vai aparecer no terreno. Devem pensar na reposta para cada situação. Podem atirar, chamar artilharia, ou ataque aéreo. São ensinados a ter disciplina e fogo controlado, e não apenas esconder e atirar em tudo que move.
Um sniper deve ter muita paciente e resistência física, pois pode ficar dias dormente até disparar. Não sai atirando a esmo. Seletividade é a qualidade daquele capaz de selecionar bem seu alvo. Como exemplo, veja-se o caso do seqüestro de um ônibus escolar no Djibouti, por forças terroristas. O GIGN francês postou seus snipers em volta do veiculo parado numa estrada no deserto, e cada um deles recebeu a missão de neutralizar um dos quatro terroristas que mantinham as crianças imobilizadas dentro do veiculo. Porém só poderiam atirar quando "todos" tivessem o campo livre ao mesmo tempo. Depois de quase dez horas de paciência, eles obtiveram luz verde e, com certeiros disparos, abateram todos os terroristas ao mesmo tempo, liberando as crianças do cativeiro.
Uma tática é nunca atirar mais de uma vez do mesmo lugar e se expor o mínimo possível.
Bom mesmo é tiro rápido tipo "snap shot" que precisa de muito treino. Para caçar snipers inimigos podem usar a tática de disparar fuzil com corda de longe para chamar fogo dos snipers inimigos ou dispara de posição falsa e volta para a posição real. Um pano molhado pode ser colocado debaixo da arma para evitar levantar poeira e não é aconselhável atirar de dentro de folhagem por defletir o tiro e denunciar a posição. Observar animais é importante para sobreviver, pois avisam se tem alguém perto. O alcance é item para aumentar a sobrevivência. O tiro deve estar longe para não receber fogo de retorno, mas próximo para atirar com precisão.
Na observação das tropas inimigas o mais importante é saber quem é o oficial. Na Segunda Guerra Mundial os snipers alemães reconheciam os oficiais britânicos pelo bigode que só eles usavam. Os oficiais americanos e britânicos usavam o mesmo uniforme das tropas comuns e passaram a ter aparecia e comportamento de recrutas. Escondiam mapas, binóculos, divisas e armas diferenciadas como as pistolas. Na Guerra da Coréia os oficiais eram abatidos por usarem óculos ray-ban. As tropas americanas modernas podem ser identificados por detalhes como o apontador laser na arma. Não usam metralhadoras e nem carregam lança-rojões. Sem detalhes para diferenciar, o sniper deve ser capaz de notar quem está dando ordens.
Os conceitos de escolha de posição são relativamente simples. Deve prepara para mudar de posição logo que sente que vai ser descoberto. Não se deve escolher locais óbvios e já planejar a rota de fuga antecipadamente. Torres e andares de prédios mais altos são exemplos de locais óbvios. São os primeiro alvos do inimigo. O inimigo pode chamar artilharia e armas pesadas contra locais suspeitos. Partes altas dos prédios são as primeiras a serem atingidas por artilharia e a infantaria também não usa pelo mesmo motivo. As posições são as menos esperadas. Os snipers inimigos saberiam onde procurar facilmente.
Uma casa qualquer com telhado destruído é mais segura. Usando uma casa sozinha o sniper pode ser descoberto e cercado. Uma posição camuflada próxima dá menos problemas.
Veículos danificados são bons para esconder, mas tem que mudar de posição frequentemente.
Plantações são bons locais, pois não tem características especificas para o inimigo observar e são bons para mudar de posição. Em cima da arvore é o pior lugar, pois geralmente são pegos. Os japoneses na guerra do Pacífico escondiam nas arvores e a maioria morria, mas mesmo assim causavam muitas baixas nos EUA. As matas usadas como cercas são boas para facilitar a mudança de posição rapidamente. Os cruzamentos devem ser evitados e são alvos de artilharia por serem pontos de cruzamento de veículos sendo frequentemente bombardeados só por isso. São fáceis de localizar no mapa e o inimigo pode atirar a esmo tentando destruir o tráfego que deve estar passando e até engarrafado no local. Uma posição próxima pode ser ideal. As tropas tendem a parar nestes pontos e esperar ordens. Próximo a pontes é bom para causar baixas e atrasar o avanço inimigo.
Outra técnica usada pelos snipers é a de não matar, e sim apenas ferir um inimigo, o que leva outros a tentarem resgatá-lo, elevando o número de alvos em potencial. O cinema nos mostra bem isto, como no filme "Nascido para Matar", que mostra uma sniper vietcong ferindo um soldado americano, e usando-o como isca para atrair seus companheiros, ou o filme "Resgate do Soldado Ryan", onde ocorre a mesma situação. Durante a Primeira Guerra Mundial, os alemães foram também os primeiros a utilizarem pares de snipers, onde enquanto um dispara, o outro serve de observador e guarda-costas. A
experiência mostra que é melhor atuarem aos pares em uma equipe de sniper e observador tendo maior capacidade de sobrevivência e eficiência. Em posição fixa as duplas de snipers fazem vigilância e reconhecimento em turnos de 20 minutos. O observador (ou spotter) usa arma mais leve e granadas. Também tem a missão de evitar times anti-sniper inimigos e observar e corrigir o tiro do sniper. No USMC são chamados de equipe Scout Snipers. Os sniper móveis são mais agressivos e cobrem uma área maior. Agem atrás da retaguarda inimiga, atacando alvos móveis e suas linhas de suprimento. Os snipers podem operar como parte de uma patrulha, dirigindo artilharia e para se proteger. Isto anula uma das desvantagens de operar sozinho ou aos pares, estando sempre superado em número. Os snipers podem usar um grupo de combate para apoiar sua retirada.
Seu emprego nas operações ofensivas permite participar em ataque improvisado, ataque organizado, ataque frontal (atirando contra alvos preparados, casamatas, flanco exposto), ataque envolvente, participar de patrulhas atirando contra alvos distantes. Em uma incursão a função do sniper pode ser a observação de pontos de evasão e escape, vigiar rota de emprego, realizar tiro de longo alcance e toda a operação. Em operações defensivas pode realizar proteção de retaguarda.
Uma tática de emprego comum dos snipers na Segunda Guerra Mundial era penetrar as linhas inimigas a noite e se posicionar em um colina próximo a uma estrada. Os snipers dividiam a área entre equipes ou observador e sniper. Atiravam principalmente nos oficiais. Evitaram atirar mais de duas vezes para não denunciar a posição. Os comboios avançavam na estrada e eram atingidos depois por mais sniper cobrindo outro setor. Já na guerra civil espanhola os snipers eram usados para atrapalhar a linha de suprimentos inimigas.
Uma tática muito eficiente é a emboscada de triangulação. Nesta tática são usados três snipers ou três equipes de snipers. Após escolher o terreno, cada sniper/equipe, fica em um extremo do triangulo no terreno escolhido. A distancia da zona de morte varia de 300 a 600m. Com o inimigo na zona de tiro uma equipe abre fogo. Se for localizada a segunda equipe abre fogo e primeira equipe abandona a posição. Se a segunda equipe for detectada a terceira repete o processo. Esta tática cria muita confusão no inimigo sobre o local dos disparo e quantidade de snipers.
Em uma emboscada anti-carro, a função do sniper é ajudar a atrapalhar as tropas de escoltas e forçar o comandante do blindado a ficar dentro do veículo e assim com menos visão ao redor. Na Segunda Guerra Mundial, a área em torno da cúpula dos comandantes de blindados eram muito marcadas por tiros. Eram o alvo principal da infantaria e dos snipers.
O sniper mostrou sua importância tática ao parar tropas em número muito superior, na ofensiva ou defensiva, por bom um bom tempo. Isso foi provado em várias ocasiões como nas batalhas pela posse da capital da Chechênia, Grozny, onde muitas vezes, um simples sniper chechênos, e muitos eram mulheres, detinha forças russas por dias, fazendo com que o avanço geral fosse interrompido.
A guerra psicologia faz parte das táticas dos snipers, no sentido de desmoralizar as tropas inimigas. Durante a Revolução Cubana, os snipers dos guerrilheiros do Movimento 26 de julho sempre atiravam nas tropas da frente em um grupo de soldados Batistas. Assim, ninguém queria ir na frente considerando suicídio. Resultou na falta de interesse em realizar buscas nas bases rebeldes nas montanhas. Outra opção é atingir o segundo no comando, levando ao efeito psicológico de não querer seguir o líder. A frase "um diparo, uma morte" é outro efeito psicológico da mística dos snipers. A frase incorpora a táticas e filosofia da furtividade e eficiência dos snipers: um único tiro evita disparo desnecessário, todo disparo é certeiro.
Recentemente no Iraque surgiu a lenda de um sniper iraquiano chamado Juba que vem aterrorizando os americanos. Estes sniper tem uma página na Internet onde mostra os vídeos que grada com uma camera instalado no seu fuzil SVD. As imagens mostra claramente soldados americanos sendo atingidos, principalmente na cabeça. Juba tem a seu crédito pelo menos 37 kill, mas pode chegar a 150. Os americanos citam que são vários sniper e não um só e que já foi capturado. Juba atua em um veículo com um buraco de onde realiza os disparo, raramente mais de um.
O sniper é uma ótima arma para guerra assimétrica com um lado em franca desvantagem. A estratégia do mais fraco pode usar poucos indivíduos e recursos para retardar o movimento ou outros avanços de uma força muito maior. O sniper atuaria como arma de terror, sendo mais efetivo que ataque maior proporções. Na Irlanda do Norte, os sniper eram iscas com uma posição obvia para as patrulha britânica que eram levados para um emboscada ao tentar se aproximar.
Em combate em localidade (terreno urbanizado) algumas táticas são recomendadas. Um sniper deve atirar do fundo do cômodo, com um plataforma elevada se atirar para baixo. O objetivo é dificultar a detecção. Deve preparar a cobertura contra tiros inimigos de retorno. Deve evitar os últimos andares, que mais sofrem com artilharia. As aberturas nas paredes oferecem bons campos de tiros, mas o sniper deve proteger as laterais das aberturas onde executar os tiros. Os restos de vidro devem ser retirados para não denunciar a posição durante o disparo caso quebrem. As rotas de fuga devem ser preparadas com antecedência.
O uso de armadilhas e minas tipo claymore devem ser usadas para proteger as rotas de fuga ou possíveis locais onde o inimigo possa tomar a posição. Deve aproveitar material local para ajudar a esconde a posição como cortinas, telas e móveis. É aconselhável evitar locais muito aberto e fácil de ser localizado. Quanto mais elevado o andar onde atira, maior o angulo morto e vice-versa. O ideal é executar fogo oblíquo ao objetivo que será mais difícil de detectar. É aconselhável ter muitas posições de tiro e evitar as melhores por ser muito evidente. O tiro deve ser certeiro devido a distancia curta e provável reação. Um inimigo ferida pode ser melhor que morte por retardar a ação do inimigo.
As operações em terreno montanhoso tem a vantagem de proporcionar grandes campos de observação e tiro. Por outro lado os grandes desníveis e ventos constantes e irregulares dificultam a balística, mas atiram para baixo e com menor densidade ar o que já é uma vantagem. Outra desvantagem é a dificuldade de se movimentar com equipamento pesado em terreno irregular. É um terreno ideal para emprego de armas pesadas de sniper. De uma posição elevada, várias equipes de sniper podem restringir facilmente a movimentação inimigo pelo fogo de longa distancia com economia de forças. Podem proteger vias de aproximação importantes, assim como as comunicação e obstáculos naturais e artificiais (rios, pontes etc).
Um sniper do Vietnã do Norte criou uma tática bem simples para sobreviver durante o cerco de Khe Sanh, na guerra do Vietnã. A base dos Marines estava cercada por forças do Vietna do Norte, e é lógico, haviam snipers norte-vietnamitas ao redor. Após dias de busca usando binóculos, os Marines localizaram um sniper inimigo que já havia abatido vários dos seus. Trouxeram uma peça de canhão sem-recuo de 106 mm e eliminaram a ameaça.
Dia seguinte, um novo sniper estava no mesmo local. Novas baixas entre os norteamericanos, nova busca minuciosa, localização e eliminação. Dias depois, um terceiro sniper vietnamita apareceu. Os Marines, que já haviam iniciado a busca deste novo inimigo, notaram que, ao contrário dos outros, este não acertava ninguém. Limitava-se a disparar seguidamente, porém sem causar baixas. Um sargento Marine, veterano de muitas campanhas, formulou a seguinte hipótese: este novo sniper havia sido mandado por seu comando para continuar o trabalho dos outros e, eventualmente sofrer o mesmo destino dos outros. Acontece que ele não estava disposto a sofrer o mesmo destino de seus companheiros e, deduziu-se, acertadamente, que se atirasse para satisfazer sues comandantes, porém não acertando ninguém, os americanos o deixariam em paz. E foi o que ocorreu. Durante o restante do cerco, ele seguiu atirando, e errando, e os americanos não revidaram com o temido canhão de 106 mm.

Táticas Anti-Sniper

Quando o inimigo está usando snipers a prioridade é matá-los. Neste caso a melhor arma são outros snipers. Enviar infantaria só aumenta as baixas. A atividade de caçar sniper inimigos virou rotina na Primeira Guerra Mundial. No Vietnã os americanos usavam canhões, lança-rojões, artilharia, metralhadora e até apoio aéreo contra posições inimigas.
A guerra de sniper levou a evolução de varias táticas anti-sniper. O objetivo é diminuir os danos causados pelos sinper que podem ser muito prejudiciais em termos de capacidade de combate e baixar o moral da tropa. Para diminuir o risco de danos que o sniper causa na cadeia de comando, doutrina e equipamento é necessário prevenir comportamentos e sinais de "liderança". As insígnias precisam ser escondidas, com uniforme idêntico para todas os
postos, sem luxos na linha de frente, com ordens de comandos sendo dados discretamente.
Atos como olhar mapa, mostrar autoridade, abstenção de tarefas comuns e outras linguagens corporais podem denunciar o posto de oficial. As tropas não prestam continência para oficiais no campo e os oficiais procuram cobertura antes de se revelar como bons candidatos para os sniper antes de ler mapas e usar o radio. Meios valorosos devem ser estacionados em locais protegidos, evitando ataques "anti-material". É uma tática efetiva em qualquer circunstancia, visto que previne danos de fragmentos. Quando um ataque de sniper acontece, a tarefa mais difícil é determinar a localização do sniper. Devido ao fato do sniper usar camuflagem, escolher posição de tiro cuidadosamente e sempre atacar a longa distancia, sempre é possível que ele ataque e se retire sem ser detectado. Estar consciente dos métodos que os snipers usam para se ocultar faz parte do processo de detecção dos sniper, como a maioria dos objetos que geralmente não são percebidos podem funcionar como ninho de sniper. Estes objetivos incluem carros estacionados com buraco por onde podem atirar, com o motorista atuando como sniper. Pilhas de escombros não são geralmente suspeitos e devem ser considerados. Um sniper amigo costuma ser a maior ferramenta anti-sniper. Com pouco treino, conhecimento das imediações e equipamento, um sniper pode oferecer conselhos a um pelotão, melhorando a capacidade de busca, e meios de combater o sniper diretamente.
Quando dito o que observar, o pelotão pode agir como ouvido e olhos adicionais do sniper.
Além de acompanhar o pelotão, o sniper pode atuar de forma autônoma. Sem ajuda do grupo de combate, um sniper mais habilidoso irá vencer. De qualquer forma, o duelo de sniper irá distrair o sniper inimigo de sua missão.
A observação direta é o meio mais preciso de se localizar um sniper, mas é um luxo raro quando se encara um sniper bem treinado. Vários outros métodos podem ser usados:

- Câmera térmica. O melhor meio de detecção de sniper atualmente são as câmeras térmica. Funciona a noite e com neblina e só é imune a trajes especais.

- Azimute reversa. Se um projetil de sniper entra em um objeto fixo, inserindo uma barra no buraco se consegue determinar a direção e arco do projetil além de estimar a distancia e elevação. Esta técnica é arriscada sem cobertura e sempre corre o risco de entrar no campo de visão do sniper.

- Triangulação. É uma técnica onde duas ou mais localizações podem identifica a posição do sinper na hora que atira. Em um mapa, cada um coloca a posição onde estava e indica a direção do tiro. As direções irão se cruzar na posição aproximada do sniper. Pode ser feito visualmente com munição traçante que irão se cruzar na posição aproximada do sniper.

- Atraso de som ("crack-bang"). Um projetil supersônico produz uma onda de choque supersônica quando passa. Se a velocidade do projetil inimigo for conhecida, o alcance pode ser estimado mediando o atraso entre a passagem do projetil e o som do tiro, comparando com uma tabela. Este método é efetivo em distancias até 450 metros. Além disso o atraso aumenta, mas a uma razão muito pequena para um humano distinguir.

- Engodo. Quanto mais tiros disparados, maior a chance de se localizar ou observar o sniper. Engodos ajudam a aumentar este numero de disparos sem perdas humanas e pode incluir equipamento de valor como mostrar o capacete. Sinais provocativos podem funcionar se o sniper estiver descuidado, agressivo ou não sabe da presença de outras tropas na área. Um sniper bem treinado realiza o mínimo possível de disparos, sendo paciente e disciplinado para evitar isso. O finlandês Kylma-Kalle usou esta técnica contra os russos. Usava um manequim vestido de oficial. Os snipers soviéticos não resistiam a tentação de um tiro fácil. Após determinar a direção do tiro, o finlandês usava um fuzil pesado Lahti L-39 para eliminar o sniper russo. Outra tática boa é colocar trapos em arbustos, ou coisas similares em áreas de perigo. Os trapos balançando na brisa criam movimentos randômicos no canto dos olhos dos snipers, criando distrações. É fácil de usar, mas não evita que o sniper selecione alvos, e ainda pode dar informação sobre o vento próximo do alvo.

- Detetores. O primeiro sistema de detecção de sniper, chamado "Boomerang" foi desenvolvido pelo DERA britânico e consegue determinar o tipo de projetil, trajetória e ponto de disparo de um local de disparo desconhecido. O sistema usa microfones para detectar o disparo e a onda sônica do projetil. O sensor detecta, classifica, localiza e mostra o resultado em um mapa. O sistema fica montado em um veiculo. Os EUA tem o projeto RedOwl, com laser e sensores acústicos.

- Cachorros (K9 - ki-nine, ou canine). Cachorros são bons para detectar, alertar e perseguir snipers a noite. Os cachorros iniciaram a caça aos sniper com sucesso no Vietnã. Podem determinar facilmente a direção do sniper pelo som do projetil. Os cachorros deitam com a cabeça apontada para a direção do sniper.
Uma vez que a posição do sniper foi encontrada existem as seguintes opções de ação:

- Reconhecimento pelo fogo. Se são poucas as posições onde o sniper pode estar, o grupo de combate pode concentra o fogo nestas posições e observar sinais de sucesso. Em uma situação com muita opção de proteção, um sniper amigo pode disparar uma munição traçante no local para concentrar fogo do pelotão no local.

- Minuto louco (Mad Minute". Se existem muitas posições para ser coberto pelo "reconhecimento pelo fogo", cada posição inimiga possível é atacada por um ou mais soldados, após receber sinal e atirar, com todos os membros do pelotão disparando simultaneamente um certo numero de tiros. O método é efetivo e tem valor secundário de aumentar o moral das tropas.

- Artilharia. Se a posição geral do sniper pode ser determinada por outros meios, a área pode ser bombardeada por morteiros ou artilharia. Talvez até pelo ar se for um grande problema.

- Cortina de fumaça. Em áreas urbanas e outros ambientes com poucas opões de movimentação e campos de visão, a fumaça pode ser um meio efetivo de esconder o movimento das tropas. A cortina de fumaça pode ser criada para mudar de posição ou fugir, ou se aproximar e eliminar o sniper. Soldados comuns ainda podem causar danos através da fumaça atirando aleatoriamente ou por intuição, mas o sniper perde sua vantagem da precisão e é menos provável que atinja algo com sua baixa razão de tiro.

- Correr. Táticas de fogo e movimento pode funcionar contra sniper, mas o bom mesmo é correr e se esconder. O maior erro dos alvos é deitar e congelar. São pegos um após o outro.
Se o grupo de combate esta paralisado por tiro de sniper e sofrendo baixas, a ordem deve ser dada para tomar a posição do sniper. Se o sniper estiver longe, a ordem é correr para uma posição abrigada. O grupo irá sofrer baixas, mas com muitos alvos móveis e com baixa razão de tiro, as perdas são geralmente pequenas comparadas com a opção de manter posição e ser pego lentamente.

- Movimento em pinça. Se a posição do sniper for conhecida mas sem opção de retaliação direta, um par de grupo de combate pode se mover ocultamente, preferencialmente com cobertura, e direcionar o sniper para o grupo com os alvos. Isto diminui as chances do sniper encontrar uma rota de escape rápida e oculta.

- Armas adequadas. Contra a posição suspeita do sniper pode se usar artilharia ou morteiro. Cortina de fumaça, minas são outras armas que devem estar sempre disponíveis. Armadilhas em posições suspeitas podem ser colocadas caso a tropa esteja estacionada. Até armadilhas falsas podem ajudar a atrapalhar a movimentação de snipers. Sem minas para fazer armadilhas, pode ser usado granadas, fumaça e até flares. Não mata mas releva a posição. Armadilhas devem ser colocadas próximos a bons locais de tiro de sniper e rotas prováveis. Para isso é bom ter um sniper para conhecer táticas prováveis do inimigo. As equipes do SAS britânico que operaram no Aden na década de 1970 começaram a atacar snipers com o canhão sem recuo Carl Gustav de 84m. Pesando 16kg ele disparava uma granada de 2,6kg a até 1000m com precisão. Era efetivo contra alvos bem protegidos. Os Russos usaram seus RPG no Afeganistão na mesma tarefa com sucesso. As equipes anti-sniper são outro meio para caçar sniper inimigos nas áreas onde operam.
As táticas dos sniper são relativamente previsíveis e a melhor reação é usar outro sniper que vai raciocinar de modo contrario. As atividades dos snipers ao caçar outros snipers se baseia em estudar seus hábitos e métodos, e esperar pacientemente por um bom tiro. Acaba sendo um estudo de tiro e camuflagem. Para detecção de snipers inimigos os britânicos iniciaram o uso de telescópios potentes na Segunda Guerra Mundial e mostraram ser uma ótima arma.
As equipes anti-snipers usam posições falsas e truques para o inimigo atirar e revelar sua posição. Uma tática simples das equipes anti-snipers é um atira a esmo e buscar cobertura enquanto outra equipe espera a resposta inimiga para detectar suas posições. Uma equipe anti-sniper deve ter uma arma de longo alcance e de preferência maior que o do inimigo. O calibre Lapua mostrou ser insuficiente para contra-sniper como mostrado pela experiência francesa em Serajevo, a russa na Chechênia e americana no Iraque. A melhor arma é um fuzil pesado.

Já um sniper deve estar preparado para a reação inimiga. Deve evitar atirar do mesmo lugar sempre contra o mesmo objetivo. Se torna uma posição óbvia para outro sniper assim como possíveis rotas de fuga e pode ser emboscado. De detectado por outros sniper tem poucas chances de sobreviver. Deve estar pronto para criar cortina de fumaça, se esconder e fugir correndo para dificultar o tiro inimigo.

Seleção e Treino

Sniper é uma tarefa especializada e precisa de escola apropriada, treinamento, doutrina e armamento especializado. Não é uma tarefa que pode ser ensinada para qualquer soldado.
Em tempo de guerra, a vantagem tática costuma ir para tropas mais bem treinadas, equipadas e motivadas. O sniper tem que ter os três juntos. Todos os soldados são treinados para destruir um oponente, mas os sniper a levam a arte de matar a seu máximo refinamento.
Os sniper têm mais chances de morrer e raramente sobrevivem a captura. Para isso tem que investir intensamente em camuflagem, táticas e posicionamento. Por isso motivo não é qualquer um que pode se tornar um snipers.
Os voluntários costuma ser soldados experientes que devem ter demonstrado disciplina e desempenho acima da média. A seleção inclui testes de capacidade física, mental e psicológica. A habilidade de atirar em alvo fixo conta menos. Os snipers são melhores para caçar e matar e não tão bons em tiro. O treino pode mostrar falhas graves em outros requisitos importantes. Alguns que não demonstram ser tão bons no tiro se tornam ótimos observadores. A habilidade de tiro está relacionada com os alvos cujo alcance, tamanho, localização e visibilidade não podem ser engajados por um atirador comum. O sniper deve ser paciente e ter controle emocional para operar isolado e sob tensão. Deve ter instinto e iniciativa. Os testes de seleção são bem exigentes. O sniper tem que ser inteligente para desenvolver habilidades de "zerar" a mira da arma, estimar distância e vento, ter conhecimentos de balística, munição, ajustar óticos, ler mapa, fazer patrulha, usar cobertura e camuflagem, movimentação, observação, coleta de inteligência, escolher posição de tiro, reação ao contato e rota de fuga. O sniper deve saber operar rádios, chamar artilharia, fazer navegação e identificar armas e uniformes inimigos. O condicionamento físico é importante, pois durante a operação um sniper dorme pouco e ingere pouca água e alimentos. Deve ter bons reflexos e a visão deve ser 20/20. Um sniper não deve fumar, pois a fumaça revela a posição e o nervosismo na hora da pontaria atrapalha o tiro. O treino e a seleção é focado na capacidade de sobreviver sozinho na frente de batalha e atrás das linhas.
Durante o tiro o sniper deve conhecer as técnicas de controle gatilho, alinhar com o alvo e fazer controle da respiração, avaliar distância, ventos, elevação e luminosidade. Deve saber engajar alvos móveis e usar lunetas.
Os sniper treinam disparar o gatilho com ponta dos dedos para maior precisão. Algumas doutrinas falam em respirar fundo antes do disparo e segurar respiração para alinhar e atirar. Outros vão além e citam em disparar entre batidas do coração para minimizar movimento do cano. A posição com melhor precisão é a deitado, com apoio de saco de areia para o fuzil ou bipé.
A chave do bom sniper é consistência, o que implica na capacidade da arma e do atirador.
Consistência não significa necessariamente precisão (que precisa de treino) e o sniper não pode ser preciso sem ela. Os disparos de uma posição fixa devem ser agrupadas, mesmo a longa distância.
A consistência tem que ser máxima quando sniper dispara o primeiro tiro contra um inimigo que não sabe da sua presença. Alvos de altíssima prioridade como os snipers inimigos, oficiais e equipamento importante de serem atingidos irão se esconder após o primeiro tiro ou tentar localizar o sniper, e atacar alvos estratégicos se torna mais difícil.
O sniper deve ser capaz de estimar a distância, vento, elevação e outros fatores que alteram o tiro. O sniper deve saber como o calor do cano, a altitude e temperatura ambiente afetam o vôo do projétil.
O problema do tiro a longa distância é calcular o vento. Com vento forte é difícil acertar um alvo a mais de 200m. O vento pode ser estimado pela inclinação da grama. Com vento forte a grama fica com as pontas na horizontal. A chuva atrapalha os projeteis e desviam muito.
Para exemplificar, uma equipe de sniper operando no Iraque, realizou no dia 3 de abril de 2003, com um fuzil L96, disparos contra alvos a 860m. Devido ao vento forte, atiraram 17 metros a esquerda do alvo para compensar o vento.
A estimativa distancia se torna critica contra alvos distantes pois o projetil voa uma trajetória curva e o sniper tem que compensar mirando acima do alvo. Por exemplo, para a munição 7.62 × 51 mm NATO M118 Special Ball , a queda contra um alvo a 700m é de 20 cm.
Atirar para cima ou para baixo precisa de mais ajustes devido ao efeito da gravidade. Contra alvos moveis o ponto de pontaria é a frente do alvo, conhecido como "leading" o alvo.
Um telêmetro laser pode ser usado, mas pode ser detectado pelo inimigo. Um método simples é comparar a altura do alvo com o tamanho de referencia Mil Dot na luneta, ou usar distâncias conhecidas na linha de tiro (determinadas o telêmetro antes) para determinar distancias adicionais.
Os sniper são todos voluntários e mais por temperamento. É raro um soldado se tornar sniper apenas por ser bom de pontaria. Alguns nascem para ser caçadores. O Sargento York do US Army, em outubro de 1918, plotou vários ninhos de metralhadora alemãs que estavam atrapalhando o avanço de sua unidade da 82 Divisão. Quando as metralhadoras começaram a atirar o sargento respondeu atirando a 300 metros com o seu fuzil. Em uma ocasião um grupo de combate alemão se aproximou da sua posição e com o fuzil
descarregado teve que usar sua pistola .45 e matou os 10. Do primeiro ao ultimo até o líder bem próximo sem errar um tiro e recarregando. Depois recarregou o fuzil e silenciou quatro ninhos de metralhadoras com 35 tropas, matando 25. Acabou desmoralizado o inimigo que se rendeu. O sargento York teve que cuidar sozinho de 132 alemães. Usou um fuzil Enfield sem mira telescópica e apenas mira comum. Ganhou a medalha de honra no Congresso.
O sniper aliado com maior número de kills na Primeira Guerra Mundial foi o índio canadense Francis Pegahmagabow com 378 kill mais 300 capturados. Lutou quatro anos na guerra e se feriu apenas uma vez. Na Segunda Guerra Mundial as escolas de snipers russos preferiam recrutas os caçadores da Sibéria que já eram snipers natos. Até 1939 os russos treinaram seis milhões de "sniper". Não eram todos sniper, mas bons até 400m. Eram a fonte de snipers reais.
A maioria dos cursos de sniper dura entre cinco a seis semanas. Podem ser realizados na própria unidade ou em escolas especializadas.
Quando começou a Segunda Guerra Mundial, apenas os alemães e os soviéticos tinham mantido seu treinamento especifico para snipers. Os alemães tinham melhores armas e sistemas óticos, porem os soviéticos os suplantavam em técnicas de camuflagem.
São os fuzileiros navais britânicos (Commandos) e os fuzileiro navais americanos (Marines) que dão um bom padrão de tiro para os infantes sendo mais fácil conseguir candidatos para as escolas de snipers. O treino dos snipers dos Royal Marines britânicos treino é de nove semanas sendo o curso mais antigo. Os candidatos devem ter pelo menos três anos de experiência, demonstrar precisão no tiro a 600m, passar no teste de se esconder
a 250m e disparar sem ser detectado, caçar e encontrar um alvo a 1000m e disparar sem ser detectado, julgar distancia e passar em um teste escrito. No teste final deve detectar e identificar sete de dez itens camuflados no campo com luneta em 40 minutos. Nos treinos são 18 "caçadas" em nove semanas. 50% dos recrutas falham no curso. O USMC estabeleceu uma escola permanente de sniper em 1977, sendo um curso igual ao dos fuzileiros britânicos com 30% de falha. O curso dura 10 semanas, com fase acadêmica, de campo e de caçada (stalk). A escola do US Army foi formada em 1987 com um curso mais simples que o USMC. Na operação Desert Storm foi deslocado para treinar no local.
As tropas das Forças de Operações Especiais americanas participam de cursos nas escolas do US Army e USMC.
Os snipers russos tem o treinamento mais longo de todos os países chegando a durar um ano. Os russos dão muita importância aos sniper devido a experiência na Guerra Civil espanhola e na guerra contra a Finlândia. Seus atiradores de elite atuam como snipers ou DM dependendo da situação. São treinados aos milhares como DM que depois servem de fonte para sniper verdadeiro.
A resistência psicológica está relacionada com o tipo de missão, riscos e relação com as tropas amigas. Um sniper sabe que se render pode não sobreviver. São geralmente mortos na mesma hora. Os sniper alemães na frente russas levavam pistolas não para se defender mas para evitar ser capturado vivo. A força de sniper da África do Sul na Primeira Guerra Mundial perdeu 35% das tropas contra 5% das tropas regulares. Os snipers costumam ser despresados até pelas próprias tropas por vários motivos. Caçar um ser humano como animais é geralmente considerado imoral assim como matar a distância. Os soldados "normais" se preocupam mais em obedecer ordens e sobreviver. Nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial eram desprezados pois chamavam a artilharia para a posição quando começavam a atirar. A presença de um sniper sempre atrai seu equivalente do outro lado e acaba sempre "sobrando" para mais alguém. Os snipers até evitam contato social, mais por preconceito por não conhecer o trabalho. No Vietnã os snipers chamados de "snipers LTDA". Os snipers geralmente são solitários ou relacionam-se apenas com os da sua própria espécie. Em algumas missões são lançados atrás das linhas de helicóptero e sem oportunidade de reforço, sendo tratados como descartáveis.
Porém, quando tropas amigas estão em contato com sniper inimigo geralmente chamam um sniper para ajudar. Cada sniper inimigo morto são vários amigos salvos. Os snipers brincam dizendo que a melhor maneira de pegar um sniper é correr para uma cabine telefônica e procurar o número dos snipers nas paginas amarelas.
 
Old December 31st, 2011 #49
FromPortugal
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Sem dúvida este é um dos melhores tópicos no VNN, pois elucida-nos tácticas de combate/defesa que acredito sinceramente que muitos de nós desconhecemos e poderá nos ser muito útil, para falar a vida dos nossos familiares, enquanto a nossa.
 
Old December 31st, 2011 #50
Nikolas Försberg
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Fique a vontade para contribuir com algum material para esse tópico ou com algum comentário acerca do tema!

Eu estarei atualizando esse tópico com mais frequência daqui uns dias.
 
Old December 31st, 2011 #51
Henzo
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Embora já esteja bem explicado, você pode dar mais detalhes com relação a isso de defesa pessoal, dia-a-dia e etc? Como um resumo de tudo, porque tem muito material (tudo muito bom) mas um resumo ajudaria bastante.
 
Old January 15th, 2012 #52
Henzo
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Para quem quer portar uma faca como forma de ter uma opção no dia a dia para defesa, fiquem sabendo que não é crime portar facas.

Quote:
A arma branca é todo objeto constituído de lâmina com capacidade de perfurar ou cortar como tesouras, chaves de fenda, canivetes ou navalhas. Também podem ser consideradas armas brancas outros objetos simples utilizados para golpear, perfurar ou cortar como pedaços de madeira, canetas ou cacos de vidro. Muito disseminada (uma faca, por exemplo, é um utensílio básico na cozinha) são causadoras de morte em um grande número de pacientes todos os anos.

No Brasil
O Decreto nº 1.246, de 11 de dezembro de 1936 proíbe que um civil porte uma lâmina com mais de 10 centímetros, por isso o surgimento da expressão "Lâmina de 4 dedos". Porém, a Lei das Contravenções Penais (Dec. Lei nº2.848, de 1940) revogou essa lei. Logo não existe nenhuma lei que proíba uma pessoa de sair com qualquer arma branca na rua, já que não há porte para ela, não há necessidade de autorização.

Apenas para reforçar o que já foi dito, cito Guilherme de Souza Nucci:
"cuidando-se de armas de fogo, o art. 19 está completamente afastado desde a edição da Lei 9.437/97, agora confirmada a sua revogação pela Lei 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento). No mais, ao tratarmos das denominadas armas brancas (por exclusão, as que não são de fogo), sejam próprias (destinadas ao ataque ou defesa, como punhais, lanças, espadas etc), sejam impróprias (destinadas a outros fins, como machados, martelos, serrotes etc., mas usadas para ataque ou defesa, eventualmente), entende-se que o art. 19 é inaplicável e nulo. Não há lei regulamentando o porte de arma branca de que tipo for. Logo, é impossível conseguir licença da autoridade para carregar consigo uma espada. Segundo o disposto no art. 5°, II, da Constituição Federal, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Primamos pela legalidade (não há crime - ou contravenção - sem prévia definição legal) e não EXISTE lei alguma que disponha sobre o tema".
A orientação é que IMPRIMAM o texto acima e andem com uma cópia do texto para que, caso encontre resistência da polícia em apreender a faca em uma possível abordagem ou insistirem em realizar a condução para delegacia sob a falsa alegação de " "porte de arma branca" ".
 
Old January 15th, 2012 #53
Henzo
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Armas de pressão, conhecidas como " "armas de chumbinho" " e " "armas de bolinha" " que disparam " "chumbinhos" " ou " "bolinhas" " de até 6mm não necessitam de registro ou porte de arma. Essas armas não são consideradas como " "simulacros" ", e por isso o trânsito na rua com esses objetos é livre. Não são produtos controlados. A venda é para pessoas maiores de 18 anos.
Simulacros não tem capacidade de atirar.

Legislação sobre o assunto http://www.mediafire.com/?u0hegc9usleft1n

Videos sobre armas de fogo http://www.youtube.com/presidentemvb



Quote:
"Uma lei injusta é por si só uma espécie de violência. Ser preso por violá-la é mais violento ainda."

Gandhi
Quote:
"Nós adotamos a não violência como a arma do forte por que nós percebemos que é mais efetiva do que qualquer outra arma; em fato é a mais poderosa arma no mundo e nós deveríamos fazer uso de todo o seu poderio e não descarta-la até que a luta contra os Britânicos estivesse acabada ou estivéssemos em posição de empunhar armas convencionais. Mas como eu já disse nós adotamos isso de em razão de nosso total DESAMPARO. Se nós tivéssemos a bomba atômica nós teríamos usado a mesma contra os Britânicos." GANDHI
Quote:
"Apenas um filósofo da eternidade, nos dias de hoje, poderia justificar a não-violência."
Albert Camus
Quote:
Existem homens que não gostam de armas...
Existem homens que não gostam de mulheres ...

Geralmente são as mesma pessoa, homem que não gosta de uma coisa, geralmente não gosta da outra !
Tecnica para evitar gatilhada

Se quere paz, prepare-se para guerra!

A fisíca do projétil hollow-point

www.fullaventura.com.ar
 
Old January 26th, 2012 #54
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Caneta Revolver

Uma opção discreta para quem quer portar uma arma.




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Old January 29th, 2012 #55
Henzo
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"brancos devem treinar como soldados"

Quote:
Na medida em que o tempo passa, as técnicas de paintball se tornam mais conhecidas e o esporte ganha novos adeptos. É cada vez mais comum escutarmos as pessoas discutindo sobre os marcadores de paintball, as regras de segurança e querendo dicas de paintball.


Além de se firmar como um esporte, o paintball também pode auxiliar no combate à criminalidade. Ao perceber o potencial do esporte, a Polícia Militar está usando campos de paintball para treinar seus homens. No vídeo abaixo podemos assistir um treinamento realizado pela Polícia Militar de Goiás, em Senador Canedo, simulando técnicas de abordagem nos campos de paintball.
http://www.alvopaintball.com.br/prof...-usa-campos-de

Qual a origem do jogo de paintball?

http://lazer.hsw.uol.com.br/questao715.htm

O paintball é utilizado em treinamentos militares. Em termos de percepção e movimentação, uma arma de paintball tem muito pouco em comum com uma arma real de fogo, mas o paintball ainda é uma boa prática para situações de combate. Principalmente por permitir que os soldados pratiquem as estratégias, a camuflagem e a arte de não serem atingidos. No entanto, embora o paintball tenha se tornado parte do treinamento militar e da polícia, essa não é a sua origem.

As primeiras armas foram desenvolvidas nos anos 70 para uso na floresta e na agricultura. Os engenheiros florestais utilizam as armas para marcar determinadas árvores para pesquisa, bem como para trilhas. As armas também eram utilizadas por criadores para marcar o gado.

Em algum momento, alguns engenheiros florestais ou criadores começaram a atirar uns contra os outros, e então teve início o jogo de paintball. Mas as coisas não iniciaram até 1981, quando um grupo de 12 "guerreiros de fim de semana" pegaram algumas das armas dos engenheiros florestais e as utilizaram para jogar uma versão avançada de captura da bandeira (semelhante ao paintball).



O paintball é geralmente um jogo de equipe. As equipes rivais tentam capturar a bandeira umas das outras, ao mesmo tempo em que defendem a sua própria.

Nesse jogo, que ainda é a atividade predominante de paintball, as duas equipes tentam localizar e roubar as bandeiras umas das outras e, ao mesmo tempo, protegem sua própria bandeira de ser capturada. Os jogadores saem do jogo quando eles são atingidos com marcadores carregados com bolas que soltam tinta, e o árbitro decreta que eles estão fora. Os árbitros também estão presentes para garantir que ninguém tenha contato físico com o outro jogador: essa é uma das regras mais importantes. Um jogo característico de paintball dura de 15 a 40 minutos, mas os participantes podem jogar por seis horas ou mais em seqüência. Você pode realizar um jogo de paintball com apenas algumas pessoas em cada equipe, ou com centenas de pessoas em cada equipe.

Os 12 entusiastas originais de paintball tiveram muito trabalho para iniciar o esporte. Logo depois de seu primeiro jogo, eles compraram centenas de armas para marcar árvores de uma empresa chamada Nelson, e começaram a vendê-las para o público em geral. A idéia teve sucesso rapidamente e, em 1982, o primeiro campo de paintball foi inaugurado em Rochester, Nova York. Agora há muitos campos e áreas internas de paintball em todo o mundo.






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Old February 5th, 2012 #56
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Balestra ou Besta



Balestra Ligeira BL-1

http://projetosmilitares.blogspot.co...eira-bl-1.html



Enquadrada na categoria de 'arma branca', a balestra ligeira BL-1 das Forças Armadas do Exército Maior é tão letal quanto uma arma de fogo.
Sua estrutura de aço, duralumínio e plástico de alto impácto a tornam extremamente robusta e apta a ser amplamente produzida, difundida e operada -em grandes quantidades- com facilidade por tropas de guerrilha e unidades com pouca experiência. Nas mãos de um arqueiro habilidoso, é uma arma extremamente precisa e potente.
As inovações da arma são diversas e uma das maiores é a inexistência do arco característico de todas as balestras conhecidas. A peça então foi substituída por uma armação paralela ao corpo da arma e que é dotada de um poderoso conjunto de molas de aço. A armação é realizada manualmente, também ao contrário dos outros modelos, quando é necessário apoiar a arma no chão e fixá-la com o pé para esticar o cordão. O sistema funciona como uma recarga de espingarda de repetição (escopeta), só que o atirador precisa pressionar um gatilho para que a chave possa ser trazida para trás e o mecanismo armado.

O alcance efetivo da BL-1 -com flechas sem cabeça de combate- é de 60m com mira convencional e até 100m com luneta. A flecha é produzida em aço e duralumínio, estabilizada por quatro aletas e a extremidade frontal roscada pode receber diversas pontas de combate: extra-perfurante, explosiva-estilhaçante, incendiária, cortante, fulmígena, iluminativa, lacrimogênica, efeito moral, eletrificada, gancho, com cordão, planadora-fotográfica, etc. Caso não existam pontas de combate, a própria extremidade frontal já permite uma boa capacidade de poder de parada (stopping power), causando -no mínimo- graves ferimentos. Com pontas de combate, o alcance das flechas é reduzido em até 30%, dependendo do modelo.

A canaleta pode ter seu tamanho ajustado para flechas produzidas artesanalmente (fora de padrão) ou improvisadas como vergalhões, pregos, lâminas de serra, facas quebradas, marimbas, varetas de bambu, arames, etc.
Um dos acessórios mais notáveis é o cano adaptador. O equipamento é na verdade um cano adaptável para diversos calibres de armas de fogo (até 7,62mm) que, com uma câmara de acomodação, pode disparar singularmente munição de pistolas, submetralhadoras e rifles!

O acabamento é geralmente em grafite fosco, mas invariavelmente pode receber pinturas ou coberturas camufladas. Uma alça própria permite que a arma possa ser amparada à frente ou ao ombro do combatente.
Para otimizar a portabilidade da arma, a coronha é rebatível.
Além da luneta, diversos outros acessórios podem ser afixados como mira infra-vermelha, visor noturno, telêmetro laser, bipé, empunhadura de borracha ou plástico, baioneta, lança-granadas 40mm, lanterna, empunhadura frontal (auxiliar), etc.
A BL-1 é portada em uma bainha em lona reforçada e que também oferece espaço para até 16 unidades de flecha e dez compartimentos para cabeças de combate e uma pequena bolsa para acessórios. A bainha normalmente é transportada às costas, como uma mochila de duas alças. O pequeno volume do conjunto é facilmente dissimulado em sacolas ou sobre agasalhos.
Na parte da segurança de operação, a arma possui três travas: de armação, de mecanismo e de gatilho. Essas trancas a tornam um armamento de utilização extremamente seguro e que não permite o disparo, mesmo sobre forte impácto.
Numa guerra assimétrica, a BL-1 seria uma das armas consideradas 'espinha dorsal' do ExM, junto ao fuzil leve de assalto, o morteiro médio e o canhão-lançador portátil de 100mm.
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Old February 5th, 2012 #57
Henzo
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O link http://www.knifeco.ppg.br/artigos.htm possue vários artigos ligados a facas e afins. É recomendado a leitura desses artigos e das outras seções deste site.
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Old February 5th, 2012 #58
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Alguns calibres encontrados pelo mundo





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Old February 15th, 2012 #59
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VBR-Belgium 5.7x28mm B2F 40 e o Conceito de Fragmentação Controlada

A munição de 5.7x28mm SS109 da metralhadora FN P90 e da pistola FN Five Seven, projetada para romper blindagens corporais, leva projéteis de pouca massa e diminuto diâmetro o que importa em baixíssimo poder de parada. Teoricamente, o comprimento do projétil alongado da munição de 5.7x28mm, em ocorrendo o efeito de tombamento, garantiria grandes cavidades permanentes e possíveis ondas de choque e pressão capazes de incapacitar rapidamente. Entretanto, sabemos que o efeito de tombamento (ou capotagem), conquanto desejável, nem sempre acontece na prática. Aqueles que dependeram de tombamento e fragmentação para ter algum “stopping power” garantido nos disparos com munição de 5.56x45mm OTAN morreram muitas vezes com seus rifles nas mãos, mesmo depois de terem efetuado disparos certeiros no peito dos seus oponentes nos teatros de operações pelo mundo afora e nas incursões policiais em áreas dominadas pelo crime organizado.

Para sanar esse problema da imprevisibilidade da ocorrência dos efeitos de tombamento e fragmentação em relação à munição de 5.7x28mm SS109, a VBR-Belgium desenvolveu a tecnologia de fragmentação controlada de projéteis.



A munição de 5.7x28mm é utilizada na pistola belga FN Five Seven, que se cogitava ser a arma de uso pessoal do ex-presidente estadunidense George W. Bush e se vê na foto ao lado. Este calibre ganhou a fama de “cop killer” e foi proibido há vários anos nos Estados Unidos.


Dividido em duas partes ligadas por um eixo delgado as quais tendem fortemente a tombarem e se desprenderem uma da outra após o impacto com o alvo, seguindo rumos distintos no interior deste, o projétil alongado de apenas 40 grains (2.59 gramas) da munição VBR-Belgium 5.7 B2F 40 provoca cavidades permanentes mais amplas que o da 5.7x28mm SS109. As ondas de choque hidrostático e pressão que decorreriam do processo de fragmentação controlada de projéteis tenderiam, então, a incapacitar oponentes mais rapidamente. Esta característica garantiria à munição algum poder de parada e a tornaria adequada à defesa pessoal, segundo os prospectos da brilhante fabricante belga de munições.


O BOPE, do Rio de Janeiro, possui algumas unidades da submetralhadora FN P90 em 5.7x28mm.


Assim, depois de romper blindagens corporais, a munição não faria apenas feridas nem causaria a morte após longos minutos ou horas dentro dos quais o alvejado permanece capaz de atirar e causar grandes danos.


Munição VBR-Belgium 5.7x28mm B2F 40.

A VBR-Belgium lançou também munições em 4.6x30mm com projéteis desenvolvidos para tombarem (ou capotarem) e se fragmentarem controladamente dentro do alvo de modo análogo ao visto em relação à munição 5.7x28mm B2F 40. Falamos da configuração 4.6 B2F do calibre alemão usado na submetralhadora HK MP7 e na pistola HK UCP.

Como bônus em relação a essa linha de estudos, outro tipo de fragmentação controlada de projéteis vem sendo utilizado em munições especiais da VBR-Belgium que tendem a corrigir a margem estatísticas de erros decorrentes de uma posição de tiro contrafeita, sem boa base, sem empunhadura ou postura corporal ideais. Os erros causados pela dificuldade que cidadãos civis, diferente dos operacionais, geralmente enfrentam ao ter que lidar com controle de ansiedade em situações de defesa são da mesma forma compensados e, por fim, a munição é tida como ideal para que pessoas com pouca experiência e adestramento em tiro possam se defender de agressões. Destarte, o conceito conflui para o mesmo tipo de resultado vislumbrado em relação ao desempenho balístico do RT .410 “Judge”.


Efeito da munição VBR-Belgium 5.7x28mm B2F 40 em gelatina balística. Vê-se, bem ao centro, o ponto de capotagem (onde se forma a "tumbling zone") e fragmentação, e, a patir dali, as trajetórias divergentes das duas partes do projétil, formando um "Y".

Uma dessas munições para defesa pessoal da empresa belga requer o uso combinado de um kit de conversão para pistolas Glock 17, 19 e 26. Trata-se da VBR-Belgium 7.92x24mm S-3P, notação dentro da qual “S” significa “Shotgun”.

Os projéteis destas munições se fragmentam controladamente em três partes ainda fora do alvo, podendo atingi-lo em até três pontos distintos. No vídeo abaixo, vê-se como funciona o conceito e o seu efeito a 4, 7 e 10 metros.

Este mesmo tipo de fragmentação controlada, que funciona tanto em canos raiados como em canos de alma lisa, é utilizado para transformar revólveres de caça no calibre .44 Magnum em armas adequadas à defesa residencial, segundo a fabricante.

Na foto abaixo, vê-se um belo Smith&Wesson modelo 29 ao lado de um remuniciador com munições .44 Magnum CF3.


O forte da VBR-Belgium continua sendo as munições AP com “sabots” em .45 ACP e 9mm PARA, contudo, o ideal de “consertar” a munição de 5.7x28mm SS190, se não chegou ainda ao seu apanágio, parece estar muito próximo disto com a munição VBR-Belgium 5.7x28mm B2F 40, e os fundamentos deste "conserto" poderão, ainda, ser aproveitados em outros calibres que apresentam o mesmo tipo de limitação.
 
Old February 15th, 2012 #60
Nikolas Försberg
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Dica: Como Reagir Imobilizado


Primeira situação: abordagem por trás com gravata em pé.


Vamos supor que uma mulher seja imobilizada por trás com uma gravata.

Se a gravata for dada com o braço esquerdo, a fronte do oponente ficará visível do lado direito da cabeça da vítima. Surgem, então, duas possibilidades preferenciais:

1 - usando, se possível, a empunhadura dupla, alvejar a fronte do agressor;
2 - alvejar a baixo ventre ou a coxa deste com a mão esquerda, enquanto a direita se posiciona entre o braço do oponente e o pescoço da vítima.

Na hipótese "2", a vítima vai estar evitando o desarme ao movimentar a arma no lado em que o agressor está com o braço ocupado.

Se a gravata for aplicada com o braço direito, inverte-se esse esquema.

A hipótese "1" depende da oportunidade: a fronte do agressor estar no mesmo plano ou altura que a da vítima e esta sentir que pode alvejá-la com facilidade.

A vítima deve, ainda, tentar valer-se da empunhadura dupla para dificultar o desarme: (1.1) se o pulso da mão que segura a arma for seguro pelo agressor, a vítima deve passar a arma à mão fraca imediatamente e tentar alvejá-lo nas regiões indicadas na hipótese "2".

Uma vez que haja um distanciamento entre agressor vítima, quiçá, por força do primeiro ou primeiros disparos, esta deve assumir a sua posição ideal de tiro, base e empunhadura, e mirar sobre a "mosca", ou seja, o lado esquerdo do peito do alvo - vide: Dica: Advertência Sobre Tiro de Advertência .


Uma simples gravata, especialmente, se aplicada por um homem forte numa mulher, pode causar interrupção do fluxo sanguíneo e do fluxo de oxigênio para o cérebro, causando perda dos sentidos na vítima em poucos instantes.


Obsão 1: se esses movimentos puderem ser praticados com uma arma de brinquedo e o auxílio de um instrutor particular de defesa pessoal, pode haver um condicionamento que evite a necessidade de refletir sobre como reagir no momento crucial em questão, quando não se deve hesitar.

Obsão 2: aquele estrangulamento aplicado no chão pelo Bruce Lee em alguns filmes, semelhante a uma gravata, que não permite ao oponente mover as mãos inviabiliza a defesa com armas, obviamente, por isso foi mencionada a gravata em pé.


Segunda situação: o agressor segura pulso ou aplica chave de braço em pé.


Neste caso, estique o braço imobilizado, distanciando-se do agressor e alinhe o corpo de lado em relação a ele; saque a arma com a mão disponível, empunhando-a junto ao seu peito. Evite o disparo contra seu próprio braço imobilizado, (1) mirando o agressor, preferencialmente, no baixo ventre, no caso da chave de braço em pé, e (2) mirando o peito do oponente, no caso do pulso seguro.

Convém treinar o saque e mesmo o tiro com a mão fraca esporadicamente para a eventualdade de que a mão forte esteja imobilizada por um agressor, bloqueada por qualquer tipo de objeto, ou ferida. Convém, ainda, ter a sua arma, ou uma "backup", em posição que possibilite o saque com a mão fraca em caso de necessidade.


Obsão 1: é muito fácil liberar o pulso seguro por um agressor de qualquer porte físico, quando se tem treinamento em defesa pessoal, mas quando se não tenha, já bastam os passos acima.

Obsão 2: os movimentos do Aikido são excelentes para complementar a defesa pessoal com armas, inclusive, de fogo, pois foram compilados para a defesa do lutador munido de espada quando este fosse seguro por oponentes.
 
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